quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A era da convergência

O início do século 21 provavelmente ficará marcado como a era das convergências. Num best seller de 1990, Vida Digital, um dos mais prestigiados engenheiros do MIT (Massachusetts Institute of Technology) Nicholas Negroponte estabeleceu o fim da era dos átomos com o nascimento de um cotidiano baseado em bits.  Jornais, extratos bancários, fitas cassetes enfim toda matéria constituída por átomos seria enterrada para em seu lugar surgir bits, organismos numéricos que vivem apenas nas telas brilhantes dos computadores, celulares e outros dispositivos móveis. Para lidar com toda essa transformação e com a crescente massa de informação que estamos expostos, fabricantes de todos os lugares estão inundando nosso mundo com os mais variadas possibilidades de comunicação. Assim o império da convergência ainda é uma terra sem dono, com inúmeros reinados que estão em permanente guerra para ver que triunfará no final.
A convergência segue, prevendo um colapso para muitos segmentos. Está claro que o mercado de CDs está muito próximo da extinção. Músicas baixadas diretamente da internet  rapidamente empoeiraram as caras e riscáveis bolachas metalizadas. Nesse mesmo caminho, a era da convergência parece sugar agora um outro pilar desses tempos - os software fisicamente baseados nas hds dos computadores. Batizada de "tecnologia da nuvem", surge um novo conceito onde os programas de computadores não ficarão mais instalados nos discos rígidos da cada máquina mas sim acessados diretamente na internet. O presente texto foi inteiramente produzido a partir da ferramenta Docs, disponibilizada gratuitamente pela Google como uma alternativa ao indefectível pacote Office, da Windows, onde está presente o não menos odiado Word.
Interatividade é outra estrela da caótica galáxia da Convergência. Longe das bobagens iniciais de quando o termo começou a ser massificado, interatividade midiática é um conceito muito diferente da simples possibilidade de ligar para uma emissora de tevê para escolher entre um final ou outro para um episódio policial ou mesmo a ideia nefasta de eliminar o participante de um realyt show. Na verdade ele pode ser melhor compreendido através do conceito de inteligência coletiva, cunhado pelo cibertórico francês Pierre Levy. Para Levy, a interatividade cria uma rede colaborativa agindo diretamente na expansão do conhecimento, onde nenhum de nós sabe tudo, mas cada um sabe um pouco. De uma maneira convergente, os saberes interligados pela web expandem continuamente estabelecendo uma sociedade cujo o acesso a informação nunca foi tão amplo, irrestrito, barato e democrático.